Se estiver em Paris de junho de 2020 a janeiro de 2021, venha visitar a exposição de Tissot que está em cartaz no Museu d’Orsay seguindo uma visita guiada com guia conferencista! 

Uma conjugação de belas formas, belas cores, bela matéria! James Tissot (1836-1902) é um pintor francês que incorpora em seu trabalho parte das transformações das artes e da sociedade francesas que ocorrem em meados do século XIX. Sem trilhar os caminhos da revolução impressionista, sua pintura possui elementos de modernidade. Os retratos de personagens da sociedade burguesa, francesa e inglesa, que se afirmava enquanto classe social nesta época, se ligam à modernidade pela falta de um tema narrativo histórico ou mitológico e suas cenas da vida cotidiana, em espaços fechados e ao livre, se liberam de questões de cunho moral ou sentimental. 

A riqueza de detalhes dos ornamentos, da decoração dos interiores e evidentemente dos diferentes tecidos impressionam. Filho de pai comerciante de tecidos e mãe modista, Tissot põe em evidência as tendências da moda da época. Sem dúvida, influenciou a publicidade de moda nas décadas seguintes. Sua pintura figurativa, navegando entre naturalismo e realismo, nos coloca diante de posições, gestos e códigos sociais tanto do mundo masculino quanto do universo feminino, adulto ou infantil. O artista, muito influenciado pela cultura e costumes ingleses, como era típico do seu tempo, viveu onze anos em Londres. 

No fim de sua carreira, já de volta a Paris e novamente próximo do catolicismo e do plano espiritual, realizou um conjunto de aquarelas de temas bíblicos que ilustraram « A vida de nosso Senhor Jesus Cristo ». Essas ilustrações, de grande sucesso naquele tempo, iriam influenciar produção cinematográfica do início do século XX que tratasse de tema religioso. 

Além de descobrir e observar o talento de um grande pintor, a exposição do Museu d’Orsay ao nos relevar Tissot, nos mostra outras faces interessantes do século XIX.